Informativo de insumos

 

Por aqui você acompanha algumas informações básicas sobre os principais componentes de uma joia e os principais materiais utilizados pela indústria joalheira em geral. Este tópico abrange apenas a matéria-prima mais utilizada, e que confere à joia um bom valor de revenda. Portanto, não leva em consideração os itens mais importantes e primordiais para se chegar a um produto de qualidade e competitivo: o elemento humano e a qualificação de colaboradores e empregadores.
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DIAMANTES

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O tópico diamantes é extremamente extenso, sendo assunto de vários livros, teses, monografias e milhares de artigos e reportagens publicados mundo afora, diariamente. Se as palavras "DIAMANTE" ou "DIAMOND" fossem patenteadas, possivelmente estariam entre as marcas mais valiosas do mundo, ao lado de ícones como Cartier, Ferrari, Coca-Cola, entre outras.

Fascinantes também são as histórias de diamantes famosos, que atravessaram séculos passando pelas mãos de reis, rainhas, governantes, comerciantes, militares, investidores, colecionadores.  Alguns dos diamantes mais famosos e seus destinos atuais são:

KOH-I-NOOR 
108,93ct (ano de 1304), pertencente à família real britânica.

HOPE 
45,52ct (ano de 1642), em exposição no Museu Nacional de História Natural, em Washington D.C..
REGENTE 
140,50ct (ano de 1701), em exposição no Museu do Louvre, em Paris. 
ESTRELA AZUL 
120,50ct (ano de 1853), sua localização não é certa.

Este espaço falará brevemente sobre os "4 C`s" dos diamantes, já bem conhecido pela maioria dos profissionais do ramo joalheiro e assim denominado devido à grafia em inglês:

PESO (Carat)
LAPIDAÇÃO (Cut)
COR (Color)
PUREZA (Clarity)

O processo 4 C`s visa classificar o diamante e, com isso, chegar ao seu valor de venda no atacado, baseando-se em cotações internacionais como a tabela RAPAPORT DIAMOND REPORT , da revista de mesmo nome.

 

 

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PESO

 

O ítem peso é o que define o tamanho do diamante por meio da medida de peso quilates. Obviamente, quanto maior for seu peso em quilates, maior será sua grade de valor. No entanto, vale ressaltar que um diamante grande pode valer menos (ou bem menos) que um menor, dependendo da classificação dos outros itens: lapidação, cor e pureza. A medida de peso quilates, que utiliza a abreviação "ct", é dividida em 100 unidades chamadas de pontos. Dessa forma, 1,00ct possui 100 pontos e 10 pontos, por exemplo, é o mesmo que 0,10ct, assim como 1 ponto é igual a 0,01ct. Visualize abaixo a tabela de tamanhos em pontos (pt) e quilates (ct) e o correspondente em milímetros (mm), para diamantes lapidação Brilhante (Full Cut).

LAPIDAÇÃO


A lapidação define não só o formato de um diamante bruto, mas principalmente a qualidade de sua lapidação, uma habilidade que cabe ao mestre lapidário. Um diamante lapidado dentro ou próximo das chamadas proporções ideais naturalmente terá seu valor acrescido, e do contrário terá seu valor diminuído no momento da comercialização. O valor da lapidação na composição do preço de um diamante lapidado não refere-se ao formato, e sim, à qualidade da lapidação. O formato a ser lapidado é definido pela forma do diamante bruto, que será lapidado no formato em que possa ficar com o maior peso possível depois de lapidado, exceto em casos especiais. A lapidação mais conhecida é a brilhante, também chamado de full cut ou lapidação completa. O brilhante possui 58 facetas, sendo 33 facetas na parte superior (coroa) e 25 na parte inferior (pavilhão). Veja na figura abaixo a proporção ideal da lapidação brilhante. Já o chamado single cut, ou 8x8, é bastante comercializado no mundo todo. Também é redondo, mas com 16 facetas, sendo 8 na coroa e 8 no pavilhão. Atualmente, a lapidação 8x8 é utilizada apenas para pedras pequenas, geralmente menores que 0,01ct.

Escala GIA de qualidade de lapidação:
1º) EXCELLENT
2º) VERY GOOD
3º) GOOD
4º) FAIR
5º) POOR

Nas figuras abaixo as proporções ideais da lapidação Brilhante e os principais formatos de diamantes lapidados.

O BRILHO de um DIAMANTE = a passagem da luz

  • Lapidação ideal = brilho ideal
  • Pavilhão muito fundo e coroa muito alta = luz sai pela lateral
  • Pavilhão e coroa muito rasos (diâmetro maior do brilhante) = luz sai pelo fundo


COR

A cor de um diamante é de extrema importância na sua avaliação. Com exceção de alguns diamantes naturalmente coloridos (conhecidos como fancy color), a cor ideal de um diamante é o incolor. Quanto mais incolor internamente ele for, menor será a interferência na passagem de luz e, consequentemente, melhor será a reprodução de seu brilho. Assim como na pureza, a escala de cor mais utilizada no comércio mundial é a do GIA (Gemological Institute of America). Comercialmente, mesmo entre profissionais do ramo, o diamante incolor também é chamado de "branco". Embora não exista esta classificação, no mercado de diamantes pequenos (abaixo de 0,18ct) costuma-se chamar por "branco" diamantes compreendidos da letra D até no máximo a J (ver escala GIA abaixo). Abaixo da cor J já são considerados de "cor leve" e assim por diante. Também muito comercializados em pedras pequenas são os diamantes Brown (marrom) e Cape (amarelados). Embora não exista padrão específico, pode-se supor que estariam entre as letras N e Z da escala GIA. Já os diamantes Fancy Color são diamantes de cor natural, em alguns casos mais raros que os mais incolores, e que possuem graduação GIA específica de acordo com a intensidade de sua cor. 

PUREZA

O grau de pureza é extremamente importante na determinação do valor de um diamante, principalmente em gemas acima de 0,10ct (10 pontos). As impurezas de um diamante são decorrentes da sua não formação absoluta. Sendo o diamante "um carbono cristalizado", as impurezas também são carbonos, porém não cristalizados. Quando mais impurezas possui um diamante maior será a interferência na passagem de luz, influenciando no seu brilho. Em diamantes classificados até SI2, a visualização das impurezas a olho nu é muito difícil, sendo possível apenas para profissionais da área. Já diamantes classificados de I1 para baixo, a visualização de "defeitos" é possível a olho nu mesmo para quem não é profissional no assunto. Acima da classificação VS2, a visualização das impurezas começa a tornar-se difícil, mesmo para profissionais, uma vez que tais impurezas são muito pequenas. Criada pelo renomado GIA (Gemological Institute of America), a escala de pureza abaixo é a mais utilizada mundialmente no comércio de diamantes.

FLflawlesstotalmente puro
IFinternally flawlessinternamente puro
VVS1very very slightly inclusion (1)inclusões muito muito pequenas
VVS2very very slightly inclusion (2)inclusões muito muito pequenas
VS1very slightly inclusion (1)inclusões muito pequenas
VS2very slightly inclusion (2)inclusões muito pequenas
SI1slightly inclusion (1)pequenas inclusões
SI2slightly inclusion (2)pequenas inclusões
I1Inclusion (1)inclusões visíveis a olho
I2Inclusion (2)inclusões mais visíveis a olho
I3Inclusion (3)inclusões muito visíveis a olho

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PÉROLAS

 

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O CULTIVO
 

Praticamente todas as pérolas naturais hoje comercializadas no mundo são de cultivo. O processo de cultivo é a forma que o homem encontrou para aumentar a produção de pérolas naturais, ou seja, consiste basicamente na indução ao processo natural. Pelo processo da natureza, acidentalmente, um objeto entra no núcleo da ostra e passa a incomodá-la. Para se defender, a ostra desenvolve uma camada de textura lisa em volta do objeto, dando origem à pérola. No processo de cultivo, um objeto sintético é inserido propositalmente na ostra, que adota o mesmo procedimento de defesa desenvolvendo a mesma camada de textura lisa sobre o objeto, chamada de nácar, criando a pérola. O processo de cultivo é complexo e requer conhecimentos técnicos avançados para a criação das chamadas fazendas, tais como espécies de ostras, condições das águas e metereológicas, tempo de cultivo, habilidades manuais, entre outros fatores que irão determinar as várias qualidades e preços existentes. Praticamente, todas as pérolas passam por tratamentos para melhorar sua aparência. Os tratamentos são basicamente feitos para limpar a pérola dos resíduos orgânicos e deformações oriundas do seu processo de cultivo e são feitos logo após a colheita. Este tratamento é permanente e é feito, principalmente, para atenuar irregularidades escuras que podem aparecer sob o nácar.

 

 

PÉROLAS AKOYA

É a pérola clássica. Akoya são pérolas provenientes da ostra de águas salgadas de mesmo nome. Embora tenham sido produzidas somente no Japão por quase um século, atualmente essas pérolas de cultivo são produzidas quase que em sua totalidade na China. Geralmente, são brancas e num tom leve de creme e, eventualmente, com tonalidades rosa. As pérolas Akoya têm brilho mais intenso do que as Biwa e são muito utilizadas para colares e brincos de design clássico. Por terem mais tempo de cultivo possuem uma camada de nácar mais espessa que a Biwa, razão pela qual  tendem a ter uma durabilidade maior quando o cuidado é o mesmo. As pérolas de cultivo Akoya são redondas, com tamanhos de 2,00mm a 10,00mm.

 

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PÉROLAS BIWA

As Biwa são pérolas de cultivo em água doce, também conhecidas como Fresh Water Pearl, seu nome utilizado internacionalmente. Embora as pérolas Biwa, atualmente, sejam produzidas quase que em sua totalidade em lagos chineses, Biwa é o nome de um lago em Kyoto, no Japão, que abrigou fazendas de cultivo no início da produção em água doce. São naturalmente predominantes na cor branca e, eventualmente, levemente amareladas, sendo as demais cores coloridas artificialmente por processo de tingimento. A textura e brilho são determinados pelo sucesso do cultivo, bem como do tingimento no caso das coloridas. Os tamanhos são medidos em milímetros e variam de 2mm até 20mm. Os formatos mais comuns são:

  • Redonda: muito semelhante a uma pérola Akoya;

  • Batata: quase redonda, com custo inferior;

  • Arroz: como o nome sugere é oval, semelhante a um grão de arroz;

  • Botão: lisa embaixo e côncava em cima;

  • Gota: normalmente usada em brincos e pingentes (não em colares);

  • Keshi: achatada e de textura irregular, pode ter várias formas;

  • Barroca: normalmente de textura irregular, parecendo um cascalho.

 

PÉROLAS SOUTH SEA

As pérolas dos mares do Sul, as belíssimas South Sea, são provenientes da ostra de água salgada Pinctada Maxima e são as maiores e mais raras de todas as pérolas cultivadas, variando de 8mm até 20mm. Essas pérolas são cultivadas nos mares da Austrália (pérolas brancas), do Taiti (pérolas de tons escuros) e das Filipinas (pérolas amareladas e douradas). Suas principais formas são a redonda e a semi-redonda, mas ela existe também em formato de gota, oval e barroca (irregular). As South Sea têm um tempo de cultivo médio de 2 anos, bem superior às pérolas Biwa (aproximadamente 4 meses) e Akoya (aproximadamente 9 meses). Por isso, possuem uma camada de nácar mais espessa, o que lhe confere maior resistência aos fatores do tempo e do uso. Assim como as gemas, as pérolas são classificadas de acordo com a sua raridade, beleza e qualidade. Essas características definem seu preço, determinado pelos seguintes fatores: tempo de cultivo, formato, textura, brilho, cor e tamanho, sendo que uma pérola grande e de muito boa qualidade pode chegar a valores exorbitantes. As South Sea são as mais valiosas e cobiçadas dentre os tipos de pérolas existentes, mais até que as japonesas. Por sua beleza natural, a South Sea ocupa hoje um lugar de destaque na joalheria mundial, fazendo parte de joias sofisticadas e modernas que caem bem em qualquer ocasião especial.

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PEDRAS NATURAIS

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Por serem pouco exploradas no passado, as pedras naturais eram caras e, de certa forma, pouco utilizadas pela joalheria. Hoje, porém, existe uma variedade tão grande de gemas e lapidações que belas pedras naturais se tornaram acessíveis a todas os gostos e preferências. As designações “pedras preciosas” e “pedras semipreciosas” ainda são muito utilizadas, mesmo por profissionais da área, para distinguir as mais valiosas das de menor valor. Contudo, muitos estudiosos acreditam que estas denominações não são corretas, visto que ambas são naturais e, por isso, devem ser chamadas de “gemas”. Aliás, o termo "gemas" é um assunto de vasto estudo, já que não se aplica apenas às pedras naturais, mas também às pérolas e muitos outros materiais. O valor de uma pedra natural é determinado principalmente pela cor, pureza e lapidação, e pelo peso no caso de pedras maiores. Nas pedras menores (de 1mm por exemplo), a qualidade da lapidação é o fator principal. As pedras mais utilizadas na indústria joalheira e conhecidas no mercado são o rubi, a safira e a esmeralda. Também bastante utilizadas, mas de menor valor, são o topázio, o citrino, a ametista, a granada, a rodolita, o peridoto, entre várias outras. A mais rara e valiosa é a Turmalina Paraíba de boa qualidade, assim como alguns rubis, safiras e esmeraldas, que em alguns casos chegam a valer mais (ou muito mais) que um diamante de mesmo peso.

 

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OURO
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Até onde se sabe, a história do ouro acompanha a própria história da humanidade, tendo sido desde sempre utilizado como objeto de grande valor. Como joia, é provável que tenha começado a ser confeccionado e usado por faraós do antigo Egito, há cerca de 3000 anos a.C.. Na época do Império Romano, o uso do ouro foi bastante difundido tanto para confecção de joias como para a cunhagem de moedas com valor de troca. No século 19 muitos países passaram a usar o ouro como medida padrão de suas economias. A adoção do padrão ouro significava que o país optante deveria limitar a emissão de moeda corrente à quantidade de ouro que possuísse em suas reservas. O padrão ouro, iniciado em 1821, durou até o final da 1ª Guerra Mundial, quando muitos países passaram a adotar como reservas, além do ouro, outras moedas – como fazem até hoje.

 

Quilate medida de pureza X Quilate métrico

O quilate ouro - expresso pela abreviação “K”-, proveniente da grafia em inglês KARAT, é uma medida de pureza onde 24 quilates representam o ouro puro, de teor 99,99% de ouro, também chamado de ouro 999 ou 1000, impróprio para a fabricação de joias por ser muito maleável. O ouro puro é classificado como 999 por ser praticamente impossível ele ter uma pureza completa. Na fabricação de joias, a maior graduação utilizada é o 18 quilates, ou ouro 750, onde em 100% do peso da joia se tem 75% de ouro e 25% de liga metálica. A liga é necessária para a manutenção da “dureza” da joia. Com um percentual menor de liga, uma joia pode entortar ou amassar mais facilmente. Os elementos da liga variam de acordo com a cor do ouro que se deseja obter. Para se chegar ao ouro 18K branco ou rosé, por exemplo, deve-se utilizar um composto (liga) especifico. Mesmo para o ouro 18K amarelo deve-se empregar a liga corretamente para que  seu tom original não seja alterado. A fabricação de joias em ouro é um processo que somente um profissional altamente qualificado pode gerenciar. Veja abaixo a tabela de teor de ouro.

 

quilate métrico - expresso pela abreviação “ct”-, proveniente da grafia em inglês CARAT, é utilizado como medida de peso de pedras preciosas, onde 1ct é o equivalente a 200mg ou 0,20gr, e é dividido em 100 pontos, por exemplo: 0,01ct é o mesmo que 1 ponto. No mercado joalheiro fala-se mais em pontos do que em quilates quando se refere à pedras inferiores à 1ct. Veja no tópico Diamantes ou na página Tabelas a tabela “peso X mm”.

O ouro, por ser utilizado como reserva de mercado e produto de investimentos, além de commodities, possui cotação internacional baseada no padrão norte-americano onca troy. Uma onca troy equivale a 31,1034768 gramas.

 

EQUIVALENTE DE QUILATES DE OURO POR 1000 GRAMAS

Quilates

ouro/1000gr

% de ouro
24999,999,99%
2291691,60%
1875075,00%
1458358,30%
1041641,60%
833333,30%
Ouro_67017025_M.jpg